04 de janeiro - Dia Mundial do Braille
Saiba mais sobre o Sistema Braille e como Ibirité proporciona este conhecimento para as pessoas do município
Publicado em 02/01/2024 15:41 - Atualizado em 04/01/2024 09:03
04 de janeiro - Dia Mundial do Braille
Saiba mais sobre o Sistema Braille e como Ibirité proporciona este conhecimento para as pessoas do município
Hoje é o Dia Mundial do Braille. Mas você sabe como ele surgiu, como chegou ao Brasil? E mais, você sabia que em Ibirité tanto crianças, quanto adultos, têm acesso a aulas de braile? Leia e confira!
Sistema Braille em Ibirité
A Prefeitura de Ibirité, por meio da Secretaria de Educação, promove o ensino integral do Sistema Braille para crianças e adultos.
No último mês de outubro, aconteceu a aula inaugural do curso de leitura em Braille. As inscrições, que ocorreram por meio de edital, contemplaram ao todo, mais de 40 alunos. Serão um total de 60 aulas/hora, que acontecem até junho deste ano.
Além deste curso, a Prefeitura oferece também aulas de Braille para os alunos que fazem parte da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I. Todos estes estudantes possuem entre 05 e 07 anos. Tanto as aulas nas escolas, quanto as do curso de Braille, são lecionadas por uma professora cega.
“Tratamos todas as pautas de acessibilidade com um carinho enorme. É extremamente importante para nós, assegurar que todos possam ter a chance de aprender, independentemente de quais barreiras enfrentem.”, afirma a Secretária de Educação, Ana Paula Ângelo.
O que é o Braille?
O Braille é um sistema de leitura e escrita tátil, em alto relevo, destinado às pessoas cegas e/ou com baixa visão. Este sistema é formado por seis pontos que são posicionados em duas fileiras paralelas, com três pontos cada, conhecidos como a Cela Braille. O código permite, ao todo, 63 combinações entre os pontos possíveis.
A escrita em Braille é feita da direita para esquerda, a partir da sinalização dos pontos de uma Cela Braille. Já a leitura é feita no sentido contrário, da esquerda para a direita. O alfabeto assemelha-se ao alfabeto latino (de A a Z), porém o alfabeto Braille divide-se em letras primárias (de A a J), e as demais letras como variações dos pontos já existentes (para sinalizar qualquer letra seguinte ao J, basta acrescentar o terceiro ponto na Cela Braille).
Além da citada cela, existem outros equipamentos específicos para escrita e leitura Braille, como por exemplo as regletes, que é uma régua especial com duas linhas e janelas de seis furos, voltadas para simular uma cela, além de máquinas de escrever, entre outras.
Qual é a origem da data?
A escolha pelo dia 04 de janeiro como Dia Mundial do Braille é uma homenagem ao criador deste sistema de leitura e escrita. Louis Braille, francês nascido em 1809, ficou cego ainda na infância após sofrer um acidente na oficina de seu pai. Foi estudante da primeira escola para cegos do mundo, o Instituto Real para Jovens Cegos.
Durante seu processo de aprendizado, Louis Braille criou, em 1824, o sistema de leitura que hoje carrega o seu sobrenome. Este código se baseou no método de leitura noturna e sonografia, criado pelo militar francês, Charles Barbier de la Serre.
Este sistema possuía suas limitações de leitura e entendimento, como sua complexidade de memorização e a impossibilidade de se soletrar as palavras. Partindo disto, Louis Braille passou a utilizar papéis de maior gramatura para facilitar a gravação dos pontos e a leitura em alto-relevo.
O sistema de leitura criado pelo francês só foi aceito pelo Instituto Real para Jovens Cegos em 1843, e oficializado pelo Governo em 1854, dois anos após a morte de seu criador.
Braille no Brasil
Historicamente, o Brasil foi o primeiro país da América Latina a adotar este método francês. O sistema de leitura em Braille chegou ao país em 1850, trazido por José Álvares de Azevedo, filho do escritor Manuel Álvares de Azevedo.
O jovem, cego de nascença, foi enviado ao Instituto Real para Jovens Cegos quando tinha 10 anos de idade, motivado pela falta de escolas dedicadas no Brasil.
Em seu retorno ao país, José Álvares de Azevedo criou uma escola para pessoas cegas, utilizando o Braille como método de aprendizagem. O mesmo também realizou uma série de palestras sobre a importância deste sistema, demonstrando a sua proficiência à época. Todos estes esforços resultaram na criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos, atual Instituto Benjamim Constant (IBC).
Em 1999, foi criada a Comissão Brasileira de Braille (CBB), com o objetivo de promover o desenvolvimento de uma política de diretrizes e normas para o uso da linguagem, o ensino, a produção e a difusão do Sistema Braille em todas as modalidades de aplicação. Compreendendo assim itens como a língua portuguesa, a matemática, outras ciências, a música e a informática.
por Comunicação